Compreensão

Reconhecendo o Ressuscitado.

A caminhada dos discípulos de Emaús concluiu-se com uma refeição partilhada com um desconhecido. O gesto hospitaleiro foi o primeiro sinal da transformação interior pela qual passaram.
As ações do desconhecido recordam a última ceia. Tal repetição foi suficiente para abrir-lhe os olhos e reconhecer o Mestre ressuscitado. Às vezes nos tornamos insensíveis diante das aparições de Jesus Ressuscitado em nossas vidas.

Um frágil e velho homem foi viver com o filho, a nora e o neto de quatro anos. As mãos do homem tremiam, a vista era embaralhada e o seu passo hesitante. A família comia à mesa. mas, para o avô ancião aquele era um ato que se tornara bastante difícil: derramava o leite na toalha,  os alimentos caíam da mesa para o chão... A bagunça que se formava foi irritando fortemente o filho e a nora. "Nós temos que fazer algo sobre o vovô" disse certo dia o filho; "Já tivemos bastante do seu leite derramado, ouvindo-o comer ruidosamente, e muito da sua comida no chão".

Assim, o marido e a esposa prepararam uma mesa pequena no canto da sala. Lá o avô comia sozinha, enquanto o resto da família desfrutava o jantar. Desde que o avô quebrara dois pratos, a comida dele vinha servida em uma tigela de madeira. Quando a família olhava de relance na direção dele, às vezes, percebia uma lágrima em seu olhar, por estar só. Ainda assim, as únicas palavras que o casal tinha para ele eram de advertências acentuadas quando ele derrubava um garfo ou derrubava comida.
O neto de quatro anos assistia tudo em silêncio. Uma noite, antes do jantar, o pai notou que seu filho estava brincando no chão com sucatas de madeira. Ele perguntou docemente para a criança: "O que você está fazendo?". Da mesma maneira dócil, o menino respondeu: "oh, estou fabricando uma pequena tigela para você e mamãe comerem sua comida quando eu crescer". E voltou a trabalhar. As palavras do menino golpearam os pais, que ficaram mudos. Então lágrimas começaram a fluir nos rostos deles. Apesar de nenhuma palavra ter sido falada, ambos souberam o que devia ser feito. Aquela noite o marido pegou a mão do vovô e, com suavidade, o conduziu à mesa familiar.
Para o resto de seus dias de vida, ele comeu sempre com a família. Por alguma razão, nem o marido nem a esposa pareciam se preocupar mais quando um garfo era derrubado, ou leite derramado, ou a toalha ficava suja. 

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